WILSON FILOSOFIA3 ANO A FILOSOFIA E CIÊNCIA
Professor: Wilson
Disciplina: FILOSOFIA
Distinguir questões associadas ao tema "liberdade" no contexto
da contribuição filosófica
Quantidade de aulas:04
Tema: Filosofia E Ciência
FILOSOFIA
Filosofia E Ciência
Leitura e Análise de Texto
De como filosofar é aprender a morrer
“Para Cícero, filosofar não é
outra coisa que preparar-se para a morte. Talvez porque o estudo e a
contemplação tiram a alma para fora de nós, separam nossa alma do corpo, o que,
em suma, se assemelha à morte e constitui como que um aprendizado em vista
dela. Ou então é porque de toda sabedoria e inteligência resulta, finalmente,
que aprendemos a não ter receio da morte. Em verdade, ou nossa razão falha ou
seu objetivo único deve ser a nossa própria satisfação, e seu trabalho tender
para que vivamos bem, e com alegria, como recomenda a Sagrada Escritura.
[...] Não sabemos onde a morte nos
aguarda, e por isto a esperamos em toda parte. Refletir sobre a morte é
refletir sobre a liberdade; quem aprendeu a morrer, desaprendeu de servir;
nenhum mal atingirá quem na existência compreendeu que a privação da vida não é
um mal; saber morrer nos libera de toda sujeição e constrangimento.” [...]
MONTAIGNE, Michel de. Les Essais. Livre I.
Chapitre XIX. p. 33 e 36. Tradução luiza Christov. Disponível em francês em: .
Acesso em: 12 jan. 2010.
Relatório científico
Dados de mortalidade no Brasil
[...] “As lesões não intencionais e
as violências constituem a primeira causa de mortalidade registrada na faixa
etária de 15 a 60 anos, representando 30% do total de óbitos de causas
determinadas em 1994.1 Os homicídios e os acidentes de trânsito produzem
impacto substancial na força de trabalho dos grandes centros urbanos, tendo
sido responsáveis, em conjunto, por 28,7% dos anos de trabalho potencialmente
perdidos (ATPP) em 1987.2 Seguem-se, em ordem decrescente de importância, as
doenças do aparelho Filosofia - 3a série - Volume 3 4 circulatório (24%) e as
neoplasias (13%). A distribuição por subgrupos de idade mostra forte
predominância das causas externas nos estratos de 15-19 e 20-29 anos (71% e
62%, respectivamente). Esse grupo de causas ocupa o primeiro lugar também entre
30-39 anos (38%), em que também há participação importante das doenças do
aparelho circulatório (16%) e das doenças endócrinas e metabólicas (12%). Nos
grupos etários de 40-49 e de 50-59 anos predominam as doenças do aparelho
circulatório (30% e 39%, respectivamente), seguindo-se as neoplasias (16% e
21%) e as causas externas (20% e 9%). Cerca de 70% dos óbitos em todo o grupo
adulto corresponderam ao sexo masculino.” [...]
A saúde no Brasil. Relatório da
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS).
Brasília, nov. 1998.
Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2010. 1
VEIGA, Jairo D. Perfil de saúde dos trabalhadores urbanos. Dissertação de
mestrado. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP. São
Paulo, 1996. 2 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde / Cenepi. Base
de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidad
1. Como se apresentam as
informações em cada um dos textos?
2. Quais as diferenças que mais chamam a
atenção nos dois breves textos?
Leitura e Análise de Texto
Filosofia e Ciência: uma
origem comum e um destino de separação
No momento de origem da Filosofia,
na Antiguidade Grega, não havia distinções entre Filosofia e Ciência. Filosofia
era considerada o conjunto de todos os conhecimentos: físicos e metafísicos. A
leitura dos textos de Aristóteles, por exemplo, revela que este autor escreveu
sobre a alma e sobre a natureza, sem distinguir os campos de conhecimento
científicos e filosóficos como fazemos atualmente.
O saber filosófico contemplava uma
enorme diversidade de conhecimentos, uma vez que os primeiros filósofos
colocavam-se questões relativas aos campos que hoje são identificados como
Matemática, Biologia, Física, lógica, Música, Teatro, Astronomia, Política e
Ética.
O mundo a ser compreendido abarcava
questões em torno de dois grandes temas: a natureza e o homem. E como não havia
acúmulo de conhecimentos associados a nenhum dos dois temas, a Filosofia foi se
constituindo como um campo amplo de perguntas e respos tas sobre o mundo
natural e o mundo humano.
Essa abordagem ampla da Filosofia
preservou-se até o período medieval, quando a Teologia se constitui como campo
dos estudos sobre Deus e sobre a fé.
A partir do Renascimento e durante a Idade
Moderna, Física, Matemática, Química e Biologia foram conquistando autonomia em
relação à Filosofia e delimitando campos específicos de investigação de seus
objetos num processo que se estende por séculos.
Newton e Descartes são autores cujas obras
registraram aspectos que sugerem uma transição, na qual a Filosofia se separa
da Ciência. O livro em que Newton apresenta leis da mecânica chama-se
Princípios matemáticos de filosofia natural.
Um livro de Descartes, que se chama
Princípios de Filosofia, está dividido em quatro partes, denominadas Dos
princípios do conhecimento humano, Dos princípios das coisas materiais, Do
mundo visível e A Terra.
Foi fundamental para a separação
entre Filosofia e Ciência a formulação sobre o método científico, que tem
início no Renascimento, nos séculos XIV, XV e XVI, e se consolida nos séculos
XVII, XVIII e XIX. Essa formulação entende que os conhecimentos sobre a na
tureza devem ser passíveis de observação e experimentação para verificação de
hipóteses. O próprio conceito de Ciência ganha essa forte significação de conhecimentos,
que podem ser observados e experimentados para comprovação ou negação.
Outra ideia formulada no interior das
Ciências, sobretudo a partir do século XIX, serve para especificá-la diante da
Filosofia: a neutralidade do cientista em relação ao objeto de conhecimento.
Segundo essa concepção, de que é preciso ser neutro diante do objeto
investigado, o cientista não deveria interpretar e decidir quais dados
selecionar entre aqueles que vai encontrando no processo de pesquisa
científica. Essa concepção contemplava a visão de que os dados deveriam falar
por si próprios, sendo o papel do cientista evidenciá-los.
Muitas vezes, diante dessa
perspectiva, considera-se que, de modo geral, os filósofos posicionam-se
pensando seus temas valendo-se de sua visão de mundo, a qual condiciona sua
interpretação, o que contrastaria com a neutralidade da Ciência. Filosofia e
Ciência deveriam, assim, construir caminhos separados para o conhecimento.
Em síntese, pode-se afirmar que Filosofia e
Ciência nascem juntas como conjunto de conhecimentos sobre a natureza e a
sociedade humana e separam-se de forma vagarosa, ao longo de pelo menos seis
séculos, nos quais uma determinada visão de Ciência, baseada na observação,
experimentação, comprovação de hipóteses e suposta neutralidade, contribuiu
para essa separação e caracterização dos discursos filosóficos e científicos,
com a qual nos ocupamos neste Caderno. Aliada a essa visão de Ciência, tivemos
ainda a crescente especialização dos saberes e a criação de campos de
disciplinas como conhecemos atualmente.
Nos séculos XIX e XX, uma nova visão de
Ciência é formulada, baseada na ideia de que nem sempre são possíveis
comprovações ou experimentações e é impossível a neutralidade do cientista, uma
vez que ele necessariamente interpreta, seleciona e se posiciona de forma
interessada diante de seus dados. Como aproximações entre discurso filosófico e
discurso científico, podemos destacar:
• a curiosidade e o conjunto de
perguntas sobre a realidade que inspiram ambas as investigações; • o esforço de
explicitação de ideias que filósofos e cientistas empreendem;
• a construção de argumentação
que permita a comunicação dos saberes formulados, investigados;
• a utilização de metáforas para
oferecer imagens mais próximas a saberes já conhecidos no esforço de
comunicação dos novos conhecimentos. Como diferenças, podemos destacar:
• a Filosofia utiliza diversos
gêneros textuais para expressar suas ideias: cartas, poemas, diálogos, ensaios.
A Ciência não faz uso de tão diverso universo de gêneros textuais e seu gênero
é o relatório de pesquisa e o artigo científico. A Filosofia questiona métodos
e finalidades da Ciência. A Ciência utiliza instrumentos para construir dados e
a Filosofia não está associada ao uso de instrumentos;
• as definições dos termos em
Ciência são especificadas de forma que se generalize seu significado e, em
Filosofia, um termo ou expressão pode ter diferentes significados, a depender
do contexto e da formulação argumentativa do autor. Exemplo: a palavra “átomo”,
em Química, e a palavra “sujeito”, em Filosofia. É comum usarmos as expressões:
“Marx entende o sujeito como...”; “Para Foucault, o significado da palavra
sujeito é...”; “Em Deleuze, o sujeito é...”; ou “Descartes afirmava que o
sujeito constitui-se em...” Além dessa reflexão sobre a diferença entre os
textos filosóficos e científicos, a experiência de leitura desses dois tipos de
discurso contribuirá para o reconhecimento não apenas das marcas próprias de cada
um, mas sobretudo de sua importância para a formação do cidadão.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz
escola
1.
Após a leitura dos textos (De como filosofar é
aprender a morrer e Relatório científico – Dados de mortalidade no Brasil) e considerando-se
o texto Filosofia e Ciência: uma origem comum e um destino de separação, o que
se pode afirmar sobre a diferença entre Filosofia e Ciência? FAÇA UM COMENTARIO
2.
Para elaborar cada um dos textos, o filosófico e
o científico, os procedimentos de pesquisa são os mesmos? Justifique sua
resposta.
3.
Qual texto tem caráter cientifico? Porque
4.
Qual tem caráter filosófico?
5.
Pesquise
o qual a diferença entre filosofia e ciência
entregar as atividades até31/8
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