PPROF WILSON 3 ANO A FILOSOFIA O HOMEM COMO SER POLÍTICO
PROF WILSON
FILOSOFIA
4 AULAS
ATIVIDADE
DE FILOSOFIA 3 ANO A
O
HOMEM COMO SER POLÍTICO
COMENTE
AS FRASES
Frase
1: O voto não deveria ser obrigatório, porque eu nem gosto de política; por que
tenho de ir votar?
Frase 2: O Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) é uma política pública que pode ajudar na mudança dos sistemas de
ingresso ao Ensino Superior.
Frase
3: A participação política favorece a escolha dos melhores candidatos aos
cargos legislativos e executivos.
Protágoras
“Sócrates: Vou começar,
Protágoras, pela finalidade da nossa visita. Hipócrates, aqui presente, deseja
entrar para a tua escola e diz que gostaria de conhecer as vantagens que
obteria com teu ensino. Eis tudo o que temos a dizer.
Protágoras: Meu jovem, a vantagem que
obterás com minhas lições é que, depois de passares um dia comigo, voltarás
para casa melhor do que eras; no dia seguinte a mesma coisa, e assim, todos os
dias farás progressos, sempre para melhor.
Sócrates então pede que Protágoras seja
mais preciso na sua resposta e este acrescenta: “Eu só ensino a meus discípulos
a ciência que eles procuram; esta ciência é a prudência, que lhes ensinará, nos
negócios domésticos, a melhor forma de administrar a própria casa, e nos
negócios da cidade (pólis) os tornará melhores para agir e falar por ela”.
Sócrates: Terei compreendido bem tua
explicação? Referes-te então à arte política e dedicas-te a formar bons
cidadãos?
Protágoras: Isso mesmo, Sócrates; esta é
a ciência à qual me dedico.
Sócrates, então, passa a questionar
Protágoras sobre a real possibilidade de se ensinar a virtude da mesma forma
como se ensinam outras artes, como a da medicina, ou a de tocar flauta, e
desafia Protágoras a demonstrar que ensinar a arte da política é, de fato,
possível.
Protágoras: Pois bem, Sócrates. Mas, o que
preferes? Que faça a minha demonstração contando uma fábula, como um avô conta
histórias aos netos, ou discutindo a questão, ponto por ponto?
Como os presentes ao diálogo respondessem que
Protágoras tratasse a questão como preferisse, Protágoras responde: “Parece que
contar a fábula será mais agradável para todos”.
E, assim, passa a contar o que se tornou
célebre como o “Mito de Protágoras”.
Eis um resumo da história:
[...]
Os deuses haviam terminado a criação das
várias criaturas (animais) do mundo. Mas ainda tinham que dar-lhes vida. Para
tanto, chamaram dois irmãos – Prometeu e Epimeteu – para realizarem a seguinte
tarefa: distribuir os dons para as diversas espécies, de maneira equitativa
para que se garantisse que uma espécie não acabasse por destruir a outra.
Epimeteu convence o irmão a deixá-lo fazer a distribuição dos dons e depois
chamar Prometeu para conferir a obra. Epimeteu fez a partilha, dando a uns a
força, e não a velocidade; a outros, a velocidade, mas não a força; deu
recursos a alguns, e não a outros, a quem doou outros meios de sobrevivência.
[...] Estes cuidados visavam evitar a extinção de cada raça.
Quando Prometeu veio examinar a distribuição
dos recursos, viu as várias criaturas bem providas de tudo, enquanto o homem
encontrava-se nu, descalço, sem proteção ou armas. Sem saber o que fazer,
roubou dos deuses o domínio do fogo e das artes e presenteou-o ao homem. Assim,
o homem ficou com as técnicas para se conservar vivo, mas sem a arte da
política.
Por estes favores aos homens,
parece que Prometeu foi severamente punido mais tarde.
Com o que tinha, o homem articulou a
linguagem, construiu casas, inventou a agricultura. Mas, isolados, continuavam
frágeis diante dos perigos da natureza. E, quando procuravam reunir-se em
segurança, fundando cidades, faziam mal uns aos outros, pois não tinham os
saberes da política, e assim, se dispersavam e acabavam por morrer.
Então, Zeus, temendo que a nossa espécie se
extinguisse, encarregou Hermes de levar aos homens os dons do pudor e da
justiça como norma para a convivência a ligar os homens pelos laços da
civilidade.
Depois de estabelecer que o pudor e o senso da
justiça fossem repartidos a todos os homens sem exceção, ordena que, em seu
nome, todo homem incapaz de pudor e justiça ‘seja exterminado como se fosse uma
peste na sociedade’.
E
assim, a humanidade sobreviveu e progrediu.
Em seguida, Protágoras apresenta seus
argumentos, tratando a questão ‘ponto por ponto’. Afirma que, em relação às
artes, concorda que os profissionais não admitam que amadores deem palpite.
‘Mas, quando se delibera sobre política, que se apoia no senso da justiça e na
temperança, é adequado admitir todo o tipo de gente a opinar. Pois é necessário
que todos tenham parte na virtude da civilidade. Senão, não poderia existir a
cidade.’
Depois, quanto à possibilidade de se
ensinar a virtude política, oferece outros argumentos:
‘No ensino da virtude, a tarefa dos
pais começa desde os primeiros anos e estende-se até a morte [...]. Cada ato,
cada palavra serve de ocasião para uma lição: ‘Isto é justo, dizem-lhe, aquilo
injusto; isto é belo, aquilo vergonhoso; isto agrada aos deuses, aquilo
desagrada; faça isto, não faça aquilo’. [...] Depois, os pequenos são mandados
à escola [...]. Ali conhecem as muitas normas, muitas histórias de louvor aos
heróis antigos. É que se espera que a criança os imite e busque se assemelhar a
eles.’
‘Pelo fato de todos ensinarem a virtude, cada
um na sua oportunidade, parece que ninguém a ensina. É o mesmo que se dá ao
procurar um professor específico para ensinar a falar o grego (nossa língua
materna). Não existe tal professor.’
Depois da exposição da fábula e dos
argumentos, Sócrates vira-se para o candidato a discípulo de Protágoras e
exclama: “Hipócrates, filho de Apolodoro, como agradeço me fazeres vir a este
encontro! Por nada no mundo trocaria o prazer de ter ouvido este discurso de
Protágoras”.
PLATÃO. Protágoras. Tradução
Luiza Christov. Disponível em:
Reflexão a partir da leitura
Algumas perguntas podem ajudar na
retomada do texto em casa.
1. Qual é a ciência apontada por
Protágoras para bem administrar a vida doméstica e a vida nas
cidades?
2. Além dessa, ou a
complementá-la, quais as outras condições para o exercício da boa convivência
nas cidades?
3. De que forma essas condições
se complementam? Apresente exemplos cotidianos.
4. Protágoras afirma, no diálogo,
que a política assim concebida é algo possível de ser ensinado. O
que você pensa a respeito? As
virtudes destacadas no diálogo apresentado podem ser ensinadas?
entregar
ate 23/06/21no email wildamblei2@yahoo.com.br
zap só para tirar dúvidas
946344772
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